Entrevista com diretora da Oxfam Brasil sobre paraísos fiscais

18/05/2016, às 11:35 | Tempo estimado de leitura: 4 min
Livre circulação de dinheiro busca vantagens das taxas diminutas de impostos dos paraísos fiscais, sustentados por governos dos países desenvolvidos. "Isso precisa acabar", afirma Katia Maia.

Publicado por Rede Brasil Atual.

São Paulo – A livre circulação do dinheiro no mundo é uma bandeira dos “agentes de mercado”, ou “operadores de mercado”, que a grande mídia gosta de apoiar. “Fluxo mundial de capitais” é uma expressão associada à liberdade dos investidores, e a mídia adota esse termo como indicador da saúde financeira de uma economia. Mas a ideologia em favor do capital corre solta por baixo da ideia do fluxo livre de capitais: “Operações dessa natureza são executadas entre distintos países quase que em tempo real, isso é possível entre nações integradas no mercado financeiro internacional. Em minutos, vultosos negócios sucedem e inúmeros outros são abertos, e envolvem um volume gigantesco de capitais (dinheiro), sendo que as negociações movimentam no planeta em um único dia aproximadamente US$ 1 trilhão”, afirma um texto no site Mundo Educação.

O que falta explicar, no entanto, é que o fluxo de capitais é motivado em grande parte pelos paraísos fiscais – áreas criadas por diferentes governos no mundo, que cobram uma taxação mínima sobre os recursos das empresas, sustentando uma concorrência desleal com os países onde esses capitais foram produzidos. Frente à ausência de uma regulação internacional que cobre uma postura ética dos governos, os tais paraísos acabam por atrair capitais dos países onde foram produzidos e nesse processo se dá o milagre da multiplicação dos lucros, que o documentário Tax Free Tour (2013), da diretora holandesa Marije Meerman, aponta como “o movimento de converter dinheiro público, de impostos, em capital privado”.

“Mas é o Estado que tem de intervir para evitar a quebradeira geral”, afirma a diretora da Oxfam Brasil, Katia Maia, observando que o livre fluxo de capitais, apesar de densamente defendido pelo “mercado”, é um tanto quanto relativo. “ Então, é livre até a hora que precisam de ajuda”, diz Katia, lembrando das vezes em que os governos têm de socorrer o setor financeiro para evitar a quebradeira geral. “Nós achamos que os paraísos fiscais precisam acabar e precisa ter uma regulamentação internacional que gere um processo de transparência e de regras comum a todos os países”, afirma, em entrevista à RBA.

Leia a entrevista completa no site da Rede Brasil Atual.

Categoria: Notícia
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