Hub das Pretas tem encontro nacional em Brasília, com participação no Festival Latinidades 2017

28/07/2017, às 15:25 | Tempo estimado de leitura: 10 min
Cerca de 40 jovens do projeto Jovens Mulheres Negras Contra o Racismo e o Sexismo participam de diversas atividades até domingo (30/7).

Jovens mulheres negras de diversas regiões do país estão em Brasília desde o início desta semana para o I Encontro Nacional do projeto Jovens Mulheres Negras Contra o Racismo e o Sexismo, e aproveitando a oportunidade para participar também de diversas atividades do Festival Latinidades, que está completando 10 anos com uma programação especial.

O projeto Jovens Mulheres Negras – ou Hub das Pretas – é uma iniciativa coletiva do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Oxfam Brasil , Criola, Ação Educativa, FASE , IBASE e Instituto Pólis.

E já começaram com a toda, com o Papo Preto e Periférico realizado na Coletivo da Cidade, na Cidade Estrutural (DF), no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (quarta-feira, 25/7).

“Essa é a cidade mais negra do DF, a cidade com maior percentual de homens e mulheres negras do DF. É uma cidade que sofre muito com o estigma de ser lida como o lixão da cidade, o lixão da Estrutural. Entende por que é vital realizar esse evento aqui? Brasília foi desenhada para que a população negra não a ocupe, foi feita no modelo casa grande e senzala. Levamos o debate racial e do direitos das mulheres, acessando desde as mais jovens às mais velhas, neste chão que sempre foi marginalizado”, afirma Dyarley Viana, assessora do Inesc.

A atividade contou com roda de conversa sobre a defesa de direitos e a desigualdade enfrentada por mulheres negras e periféricas, participaram do debate Lúcia Xavier, coordenadora da ONG Criola, a rapper Preta Rara e a mestre em cultura popular Martinha do Coco.

Na tarde de quarta-feira (26/7), as jovens articularam o processo de cobertura colaborativa do Festival Latinidades e participaram de uma oficina sobre a história de luta das mulheres negras liderada por Mônica Oliveira, assessora política da Fase-PE e articuladora do projeto em Recife. Segundo Mônica, a oficina tinha como objetivo traçar a trajetória histórica das mulheres negras no Brasil, de uma forma em que as participantes do projeto se sentissem parte dessas histórias e próximas dessas personagens.

“Eu acho que a oficina cumpriu seu objetivo, a forma como as meninas reagiram ao contato com essas mulheres, estabelecendo uma relação com todas, foi muito lindo, foi muito emocionante. Mostramos que a nossa ancestralidade caminha conosco, está presente em nossa luta hoje, no nosso trabalho, na periferia, na universidade, nas organizações. Enfim, essas ancestrais estão conosco, a luta delas continua a partir da gente”, comenta.

As jovens do Hub das Pretas participam da cobertura colaborativa do evento juntamente com uma rede de ciberativistas, trazendo suas pautas de luta, das periferias e favelas. A ideia é disseminar isso para outras lideranças presentes ao Festival, adquirindo uma amplitude nacional.

“Isso é o que a gente chama de conectar global e localmente, fazer com que essas lutas não sejam lutas isoladas, renovando numa perspectiva coletiva as formas de fazer incidência política em momentos de crise como esse que estamos vivendo aqui no país e na região”, ressalta Tauá Lourenço Pires, assessora política da Oxfam Brasil e coordenadora nacional do projeto.

O pessoal da Ação Educativa dá mais detalhes sobre a participação do Hub das Pretas no Festival Latinidades 2017, confira aqui.

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Categoria: Notícia
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